O ato de planejar exige avaliar; avaliar pressupõem dar passos atrás para rever o caminho feito; exercitar o olhar e observar com atenção a ação que foi planejada e realizada, analisando sobretudo, o compromisso pessoal e coletivo assumido, pautado na missão do grupo, instituição.
Foi assim, nossa ASSEMBLEIA DE AVALIAÇÃO E PLANEJAMENTO DO MCVE. Seguimos o passo a passo, identificando as forças, as fraquezas e as oportunidades.
De início, em oração, com a presença e mediação de Pe. Pedro, fomos de encontro ao nosso próprio deserto pessoal, refletindo a leitura Jr 30, 21a. 22; após a reflexão coletiva da palavra o ponto de partida foram as análises e avaliações pessoais sobre o compromisso assumidos em cada projeto e ação do MCVE (Abordagem Social/Ação de Rua, Awa’ré, Escolinhas, Administração e Coordenação); cada membro se reservou na perspectiva de se olhar nesse conjunto de ações.
E seguindo assim a dinâmica, pelo segundo horário, realizou-se o momento da partilha; momento rico em que as potencialidades, os limites, as forças e os sonhos futuros de cada pessoa que compõem as equipes, foram compartilhados na mesa das relações fraternas, humanas e solidárias de um trabalho que vem dando respostas aos desafios pontuais que vive e passa o público acompanhado pelo MCVE. Posterior a este tempo de deserto pessoal, partiu-se então para o planejamento das ações a serem realizadas pelo ano de 2022.
Como membros, educadores e educadoras populares do MCVE, procuramos vivenciar e pôr em prática o trabalho político-pedagógico em planejamento participativo, instrumento que dá norte a execução da nossa missão.
De tudo que foi feito em 2021, até aqui, chegamos à conclusão de que trabalhar na perspectiva da educação popular, olhando e vivendo as realidades, os saberes e as experiências das pessoas, respeitando-as, em seus limites, e procurando exercitar a troca de conhecimento, nos faz crer que é possível sim, tanto na nossa instituição como nos grupos e comunidades acompanhadas, avançar sobre os desafios e nos colocar, como MCVE, na defesa de uma política comum e de inclusão. Por isso, acreditamos no aperfeiçoamento de nossas práticas e estamos pautando o potencial de uma população organizada em prol da construção de uma sociedade mais justa; pessoas que empoderadas e ressignificadas em suas vidas, irão lutar por seus direitos em alimentação, saúde, educação; sem discriminação de raça, etnia, cor, gênero, orientação sexual, geração, nacionalidade, classe social, poder econômico, crença, religião ou cultura.
Nossas ações e atos, o que nos leva a ir lá, aonde o Estado não se faz presente, com abordagem social/ação de rua, escuta, visitas, encaminhamentos; educação, rodas de prosas, oficinas e ações lúdicas educativas por meio das escolinhas, com um projeto político-pedagógico e participativo; propicia o aprofundamento da consciência crítica, o reconhecimento de classe da população marginalizada e o fortalecimento das expressões culturais em uma busca de incessante participação e emancipação das classes populares. E isto só é possível pela palavra e pelo diálogo, sem o qual, não há troca de saberes.
Aqui faço memória a prática educativa do amigo e missionário Pe. Ricardo Zanchin, e a tantos outros (as) que já passaram pela instituição. Como disse Zanchin “pôr os pés na lama, ir de encontro aos que necessitam". Portanto, é missão nossa de cada dia, evangelizar e lutar pela inclusão da cidadania, espeito e garantia de direitos dos que necessitam.
Planejar sempre a nossa missão, é pensar e agir ao caminhar.