O MCVE, através de seus adolescentes e crianças, realizam um Fórum em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes
O Fórum teve a presença de todas as crianças e adolescentes assistidos pelo Centro de Formação Awa'ré.

Nesta terça-feira (20/05), o MCVE, através de sua equipe técnica, realiza dois dias de Fórum em alusão ao "Maio Laranja". O evento ocorre no Centro de Formação Awa'ré, um dos núcleos de atuação da instituição, localizado no bairro Colônia Terra Nova, no loteamento Jardim São Luiz, na Zona Norte de Manaus. O fórum que começou hoje será finalizado amanhã com a participação de técnicos do IACAS e do Ministério Público.
Na parte da manhã, ocorreu um diálogo com os participantes, conduzido pela assistente social Tatiane Silva. Depois do diálogo, iniciaram a contextualização sobre o tema a ser abordado, seguido de um vídeo educativo. Depois, Emanuele, uma menina de 5 anos, conduziu uma atividade de mediação de leitura com o livro Flor Bela, escrito por Meg Rocha. O livro trata do tema de forma lúdica e intuitiva. Em seguida, as educadoras do Empodera Gera Ação, Nayleide e Natalia, apresentaram o contexto do livro para que a turma se envolvesse com o tema.
“Quando realizamos a mediação de leitura, colocando todos em pé de igualdade, percebemos os olhares atentos deles e a postura "desarmada", de quem se sente à vontade para ouvir sobre o assunto. Eu insisti bastante com elas que este é um local seguro, com uma equipe técnica de profissionais. Às vezes, aqui assumimos o papel de responsáveis de segurança, pois eles não encontram isso em casa ou na escola”, afirma Natalia Barreto, bacharel em direito e educadora do projeto Empodera Gera Ação.
“Aqui, já estamos em um estágio de atenção a eles e de detecção de possíveis problemas, algo que é complicado para o professor identificar na escola, por exemplo. Mas é gratificante observar que eles estão receptivos a tudo isso, compreendem que este é um local seguro e que podem expressar suas opiniões, pois os abusadores se aproveitam do silêncio e do temor para cometer abusos. Afirmei a eles que o amor é expressado sem segredos, e que este é um local seguro caso haja sinais de que alguém se aproxima deles e solicita segredo. Aqui, eles podem nos contar sobre isso”, completou.
O MCVE também tem servido como um local para várias atividades de extensão universitária, e neste evento, estagiários de psicologia da Universidade Nilton Lins contribuíram ativamente.
“Hoje, ao abordarmos o fórum maio laranja, buscamos abordar de maneira mais divertida, sensibilizando-os através do fórum do toque e do fórum dos elogios. Nosso objetivo era sensibilizá-los sobre o que pode ser considerado um elogio e o que pode violar seus direitos. Também discutimos esses direitos em uma paródia e por meio de um poema escrito por uma das adolescentes atendidas aqui no MCVE. Foi muito proveitoso, as crianças se envolveram ativamente, já estão bem familiarizadas com o tema, já possuem algum conhecimento proveniente da formação do próprio MCVE, e isso é muito interessante de observar”, disse a estudante do 10º período da Universidade Nilton Lins, Karolyne Lomas.
André, também aluno da Universidade Nilton Lins, do quinto período de psicologia, comentou sobre sua participação.
“Para mim, foi uma experiência inigualável, acredito que ter vivenciado isso foi algo que eu não estava à espera e me surpreendeu bastante. As crianças são extremamente comprometidas com o trabalho realizado, contribuindo através da poesia, música e arte. Apreciei muito vê-las pintando, brincando, usando seus próprios instrumentos. Isso é muito divertido, inesquecível e tenho certeza que ficará marcado para sempre”, destacou.
Aline Martins, psicóloga da Instituição MCVE, destacou a relevância de aprofundar este assunto na instituição, proporcionando mais conhecimento às crianças e adolescentes, como meio de prevenção.
“A importância de abordar este assunto no dia 18 de maio é crucial para auxiliar crianças e adolescentes vítimas de abuso e exploração sexual. Isso proporciona às crianças a segurança para pedir ajuda e compartilhar com alguém de confiança. O MCVE proporciona esse suporte e educação para que as crianças possam identificar, caso ocorra alguma dessas situações, e solicitar ajuda”, relatou a psicóloga.
A organização do evento foi realizada pela equipe técnica do MCVE, que preparou tudo com extrema atenção e carinho.
“Tivemos uma semana intensa na preparação deste fórum, começando hoje com reflexões sobre o contexto do maio laranja e a relevância de abordar o tema do abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Toda a preparação foi focada nesse contexto, mas também em dar voz a eles, ouvir suas ideias e sugestões, e mostrar que eles contam com o suporte de uma rede que proporciona suporte e proteção a eles. As nossas crianças atravessam esse processo, frequentemente o vínculo familiar se rompe, sentem-se frequentemente inseguras, por isso, nosso objetivo é abordar esse assunto com elas, para que se sintam seguras e também para que possam conhecer essa rede de apoio”, afirma Tatiane Silva, assistente social do MCVE.
O MCVE conta com uma adolescente como protagonista, que recentemente se tornou membro titular do Comitê de Participação de Adolescentes CPA/AM, Jamili Victoria. Ela também esteve presente no evento, integrando a mesa de discussão.
“Acredito que a participação nesse tipo de evento é importante, principalmente para a nossa proteção e prevenção da saúde, além de nos ensinar a ajudar o próximo. Neste fórum podemos obter mais conhecimento, aprender diversas coisas novas e perceber que existem muitas pessoas importantes que necessitam da nossa assistência, por isso é crucial discutirmos sobre esse tema”, concluiu Jamili.